A Acupuntura sob a Ótica da Neurociência: o que a ciência moderna descobriu sobre seus efeitos no corpo
Você sabia que a acupuntura tem uma base neurocientífica comprovada? Muito além da tradição milenar, estudos atuais mostram que os pontos de acupuntura estão ligados diretamente a nervos periféricos e promovem efeitos reais no cérebro, no sistema imunológico e no controle da dor. Ao estimular certos pontos com agulhas, o corpo libera substâncias como endorfinas e modula o sistema nervoso, ajudando no equilíbrio físico e emocional. A ciência moderna está, cada vez mais, confirmando a sabedoria ancestral da Medicina Chinesa.
8/3/20252 min ler


A acupuntura, uma prática milenar da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), tem sido amplamente utilizada no tratamento de dores e diversas condições clínicas. Mas você já se perguntou como, exatamente, ela funciona no corpo? Hoje, a ciência moderna tem respostas surpreendentes para essa pergunta.
De onde vem a acupuntura?
Os registros mais antigos da acupuntura datam da China Antiga, há mais de 2 mil anos. No clássico texto Huangdi Neijing, já se falava em canais de energia (meridianos) que percorrem o corpo e pontos específicos onde a energia vital, o Qi, pode ser equilibrada.
Durante muito tempo, a base anatômica desses meridianos foi questionada pela medicina ocidental. Porém, estudos recentes unem os conhecimentos da MTC com evidências da neuroanatomia e neurofisiologia moderna, revelando um elo entre os pontos de acupuntura e o sistema nervoso.
O que acontece quando inserimos uma agulha?
Quando uma agulha é inserida num ponto de acupuntura, ela ativa terminações nervosas específicas, principalmente fibras chamadas Aδ e C. Essas fibras transmitem sinais ao cérebro e à medula espinhal, desencadeando uma série de respostas no corpo, como:
Liberação de endorfinas (analgésicos naturais)
Regulação do sistema imunológico
Modulação do sistema nervoso autônomo (responsável por funções involuntárias como batimentos cardíacos e digestão)
Estímulo do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, reduzindo inflamações e promovendo equilíbrio hormonal
Essas descobertas mostram que os efeitos da acupuntura não são apenas placebo ou místicos — eles são mensuráveis e coerentes com o funcionamento do sistema nervoso humano.
Pontos de acupuntura e nervos periféricos: uma relação real
Diversos estudos anatômicos identificaram que a maioria dos pontos clássicos de acupuntura está localizada próxima a nervos ou ramificações nervosas importantes. Por exemplo, o ponto Zusanli (ST-36), conhecido por seu uso em dores e fortalecimento imunológico, está localizado sobre o trajeto do nervo fibular, uma importante estrutura sensitiva e motora da perna.
E os efeitos no cérebro?
Com o uso da ressonância magnética funcional (fMRI), os cientistas observaram que a estimulação de determinados pontos ativa áreas do cérebro relacionadas à dor, ao humor e às emoções — e inibe regiões do sistema límbico, promovendo relaxamento e bem-estar.
O que isso significa na prática clínica?
Para quem busca um tratamento mais natural e integrativo, a acupuntura é uma opção segura e eficaz, agora com o respaldo não apenas da tradição oriental, mas também da neurociência moderna.
Seja para dores crônicas, ansiedade, distúrbios digestivos, insônia ou desequilíbrios hormonais, a acupuntura atua como uma ponte entre corpo e mente, estimulando o próprio organismo a se autorregular e curar.